A concessão da BR-381, conhecida como rodovia da morte, foi finalmente leiloada nesta quinta-feira (29) na Bolsa de Valores de São Paulo, marcando um momento crucial para a infraestrutura rodoviária de Minas Gerais. O diretor da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Guilherme Theo Sampaio, descreveu o evento como um “divisor de águas”.

“Nós iniciamos uma nova era para a rodovia e para todos os usuários que passam por ali, sejam pessoas físicas e também as empresas”, afirmou Sampaio, destacando a importância desta concessão.

O leilão, que representa a quarta tentativa do governo federal desde 2017 de privatizar a rodovia, foi vencido pelo consórcio 4UM, composto pelas empresas Afeta, Carioca, J Malucelli e Accenturi, representado pela Corretora Sita-Aterpa. O único outro concorrente era a Corretora Oportunitty.

A concessão abrange o trecho entre Caeté e Governador Valadares, excluindo os lotes mais próximos a Belo Horizonte, que permanecerão sob responsabilidade federal. Esta estratégia foi adotada para tornar o projeto mais atrativo aos investidores, considerando os desafios apresentados pelo relevo acidentado e as numerosas desapropriações necessárias.

Impacto econômico e social

Theo Sampaio enfatizou os benefícios econômicos e sociais do projeto. “É um ciclo virtuoso. Serão gerados aproximadamente 70 empregos diretos e indiretos na região. Vai fomentar a indústria local, a indústria forte do estado de Minas Gerais”.

O diretor também destacou o impacto fiscal positivo para os municípios afetados. “Do ponto de vista de recolhimento de tributos pelos 20 municípios que passam pela região. São 20 municípios que terão, em torno de 30 anos de concessão, 1,2 bi de recolhimentos de impostos. Ou seja, como disse, é um ganha-ganha de um projeto de suma importância pro estado”.

Inovações tecnológicas para segurança

Uma das principais melhorias previstas é a implementação de tecnologia avançada para monitoramento e segurança. “Também teremos uma tecnologia embarcada muito forte nesse projeto. Câmera de detecção automática de acidentes ou interrupções que vai permitir que o concessionário ou agentes públicos façam a intervenção ali presente”, explicou Sampaio.