Hospital Veterinário da universidade realoca animais para evitar estresse causado pelo barulho da corrida
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Hospital Veterinário da universidade realoca animais para evitar estresse causado pelo barulho da corrida
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A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) iniciou a transferência de animais do Hospital Veterinário nesta segunda-feira (12) devido à proximidade da corrida da Stock Car, programada para ocorrer no entorno do campus entre 15 e 18 de agosto. Esta medida é considerada necessária pela instituição para proteger os animais do estresse e possível morte causados pelo ruído intenso dos veículos.
A realização do evento tem gerado controvérsia desde que a prefeitura autorizou a remoção de árvores para a preparação da pista. O Ministério Público Federal (MPF) intensificou seus esforços para suspender a corrida, citando preocupações com o impacto acústico na universidade e seus animais.
A UFMG já removeu sete equinos do Hospital Veterinário, com planos de completar a transferência de todos os animais até quarta-feira (14). Um caminhão utilizado para o transporte exibia uma faixa de protesto, evidenciando a tensão em torno do evento.
Na sexta-feira (9), o MPF entrou com uma nova ação judicial buscando a suspensão da Stock Car. O órgão argumenta que os estudos de mitigação acústica apresentados pelos organizadores são insuficientes e não garantem a proteção adequada dos animais e das pesquisas científicas realizadas no Hospital Veterinário.
Segundo o MPF, os níveis de ruído previstos ultrapassam os limites legais estabelecidos pela legislação municipal. No Hospital Veterinário, por exemplo, estima-se um impacto sonoro de 73,6 dB, significativamente acima do máximo permitido de 55 dB.
A petição do MPF alerta para os riscos aos animais em tratamento e àqueles utilizados em pesquisas, incluindo a possibilidade de agitação extrema, traumas e até mortes devido ao barulho intenso da corrida.
A UFMG expressou preocupação com o impacto do evento nas atividades da Escola de Veterinária. O hospital realiza aproximadamente três mil procedimentos mensais, incluindo cirurgias e tratamentos oncológicos.
A universidade também destacou que o período de interdição dos acessos ao campus pode se estender por até 19 dias em agosto, afetando significativamente as atividades acadêmicas durante a montagem da estrutura e a realização da prova.
Em contrapartida, a prefeitura de Belo Horizonte projeta um retorno financeiro de R$ 20 milhões para o município com a realização do evento em 2024.