Após mais de 150 dias sem uma gota d’água cair do céu, moradores do bairro Pires, em Congonhas, na Região Central de Minas Gerais, se reuniram para realizar um ritual com o objetivo de “chamar a chuva”. O grupo, composto principalmente por senhoras entre 60 e 70 anos, percorreu os cruzeiros da cidade, rezando em voz alta e molhando a base de cada cruz na esperança de espantar a estiagem.

A seca prolongada tem afetado severamente a região, causando incêndios recorrentes em várias cidades do estado, incluindo Congonhas. A situação é tão grave que Belo Horizonte lidera o ranking das capitais brasileiras com maior número de dias sem chuva neste ano, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) reportou mais de 340 incêndios em apenas 48 horas em Minas Gerais. Atualmente, há focos de incêndio em pelo menos dez parques e unidades de conservação no estado.

No Parque Nacional da Serra do Gandarela, na Região Central, um incêndio já dura mais de uma semana. Bombeiros e brigadistas estão utilizando sopradores para tentar conter o avanço das chamas, com suporte aéreo em áreas de difícil acesso. Aproximadamente 300 hectares já foram consumidos pelo fogo.

A Serra do Caraça, em Catas Altas, também está em chamas há uma semana, com mais de 2,5 mil hectares destruídos até o momento.

Previsão de mudanças climáticas

Há uma perspectiva de mudanças nos últimos dias de inverno. Uma frente fria pode aumentar a infiltração marítima e, consequentemente, a formação de nuvens, podendo provocar pancadas isoladas no extremo Sul de Minas. Isso pode ajudar a amenizar a secura e a concentração de poluentes na atmosfera.

Entretanto, cidades como Itajubá e Passa Quatro, na Região Sul, e Juiz de Fora, na Zona da Mata, ainda podem enfrentar uma semana com altas temperaturas e tempo abafado.