Visita da prefeitura reforça suspeita de atividade ilegal em mina de BH

Comitiva constata extração não autorizada na Mina Granja Corumi, resultando em interdição e multa ambiental

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Após pressões de entidades ambientalistas, parlamentares da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa de Minas Gerais visitaram a Mina Granja Corumi, explorada pela Empresa de Mineração Pau Branco (Empabra). A visita ocorreu devido a suspeitas de atividades ilegais no local, famoso por ser um dos principais pontos turísticos de Belo Horizonte e atualmente com extração mineral proibida.

A fiscalização intensificou-se quando, em outubro do ano passado, a Agência Nacional de Mineração autorizou a retirada de 800 mil toneladas de minério já beneficiado, mesmo com a proibição de novas extrações. A movimentação intensa de caminhões levantou dúvidas entre moradores e ativistas sobre a supervisão dos órgãos públicos e a possível retomada das extrações pela Empabra.

Irregularidades encontradas

Em uma vistoria recente, a prefeitura de Belo Horizonte constatou várias irregularidades, como a retirada de minério não autorizada e o desassoreamento indevido das estruturas de drenagem. Diante desses fatos, a mina foi totalmente interditada e a empresa autuada por crime ambiental, recebendo uma multa de R$ 64,9 mil. “Foi constatada a retirada de minério fino depositados em pilhas, desassoreamento das estruturas de drenagem (sumps), retirada de minério em taludes conformados, com possíveis avanços em terreno natural (minério in situ) e indícios de atividade de lavra, além de transporte”, informou a prefeitura.

A deputada estadual Bella Gonçalves, que coordenou a visita técnica, expressou preocupação com as práticas da mineradora. “Até agora não vimos nenhuma medida de recuperação de área degradada. O que a gente viu foi a retirada de material para a mineração. E nos perguntamos por que os caminhões estavam saindo justamente no período noturno. Será que é para não ser visto o material que está sendo retirado aqui?”, questionou Gonçalves.

A Empabra, agora sob o controle da Green Metals desde 2013, defende-se alegando esforços para recuperar a área e transformá-la em um espaço público ligado ao Parque das Mangabeiras e ao Parque Estadual da Baleia, com o objetivo de criar um corredor ecológico e preservar a biodiversidade local. No entanto, as ações de restauração foram interrompidas pelo embargo e pelos problemas subsequentes de erosão e acúmulo de materiais.

Mina Granja Corumi

A história da Mina Granja Corumi é longa e conturbada. Fundada na década de 1950, viu suas atividades diminuírem significativamente após a Serra do Curral ser tombada como patrimônio de Belo Horizonte em 1990. Em 2007, a Empabra comprometeu-se a elaborar um plano de recuperação da área degradada, mas não cumpriu totalmente o acordo, resultando em um embargo temporário das atividades em 2018 pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.

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