Tive o enorme prazer de ter ido dar um abraço para desejar boa sorte ao amigo Paulo Brant, que lançou a sua pré-candidatura a prefeito de Belo Horizonte, na manhã desta terça-feira, no Mercado Central. O ditado “diga com quem andas que eu te direis quem és” nunca foi tão verdadeiro quanto no evento. Paulo Brant estava cercado de amigos da cidade, pessoas de bem, sem claque contratada e sem aquela turma sanguessuga que ronda certos partidos. Vi alguns artistas, políticos também, evidentemente, empresários do bem, enfim, a nata dos boas-praças fez questão de dar o ar da graça.

Fico pensando se Belo Horizonte está a altura de uma figura como esta. Já estaria apto a governar a cidade pela sua sensibilidade, marca dos Brant. Mas, o seu currículo é tão rico quanto o seu coração. Com o diploma de engenharia civil, consegue enxergar a capital urbanisticamente. Com o de economista, os predicados para tocar uma cidade vocacionada ao comércio e serviço. E, com a especialização na Fundação Dom Cabral, a capacidade de lidar com problemas complexos.

Talvez, Zema tenha escolhido Paulo Brant como seu vice no primeiro mandato de governador somente pela sua vasta capacitação, mas, eu duvido que ele realmente saiba quem é e o que representa um Brant na cidade de Belo Horizonte. Se soubesse, não teria feito o papelão que fez quando romperam politicamente. Zema foi de uma pequeneza extrema na ocasião, demitindo estafe, bloqueando acesso, tirando carro do vice-governador, etc… E, eu só não falo que não houve precedência na nossa política porque tivemos Newton Cardoso como nosso governador e, aí, você já sabe. Credo.

Por falar em critério, manco de avaliação por parte do Partido Novo, ouvi da boca do ex-deputado federal e ex-diretor da Cemig, o também engenheiro Aloísio Vasconcelos, que dos sete diretores da estatal citada, seis são de São Paulo. E que, de cada caminhão de assessores que cada diretor pode ter, quase todos são de São Paulo também. Já disse, recentemente, em outra coluna: isso é atestado de nanismo político. Se fosse um estado pobre e sem história, mas estamos falando de Minas Gerais! De uma capital que tem as melhores universidades do Brasil, que formam grandes profissionais em todos os segmentos da economia. Até engenharia aeronáutica temos aqui.

Zema pode até ter uma grande popularidade no cenário político nacional mas, não é por sua grandeza e, sim, por tentar avocar para si o espólio político de Bolsonaro. (Se estivéssemos falando de um Juscelino Kubitschek…) E não raro coloca este papel à frente das questões caras a Minas Gerais.

Quem também estava presente e bem assediado foi o também candidato a prefeito e presidente da nossa Câmara, Gabriel Azevedo. “Uai, mas eles não são concorrentes?” Pois é, o novo Gabriel parece que está deixando para trás a beligerância e está jogando com inteligência. Por sua presença hoje, não me surpreenderia se Gabriel e Brant marchassem juntos ainda no primeiro turno. Não vou apostar o queijo de Araxá que comprei no Mercado, mas eu suspeito muito que isso pode acontecer. Fuad e Viana, na minha opinião, estão na frente pela corrida eleitoral mas não se pode menosprezar a participação de Gabriel, que está em partido grande com tempo de televisão. E seus vídeos nas redes sociais estão cada vez mais densos sobre os problemas da cidade.

Coincidentemente, recebi hoje, pela manhã, do doutor Jacques Cabral, filho do grande e saudoso neurocirurgião, o também doutor Guilherme Cabral, a crítica do documentário do clube da esquina que está em cartaz em alguns cinemas. E, um dos pontos altos do documentário foi o testemunho de Márcio Borges sobre a capacidade de Fernando Brant, irmão do nosso personagem de hoje, em não deixar “buracos” nas letras das músicas compostas, coisa que os outros membros do clube não faziam e sempre precisavam da ajuda dos companheiros para finalizar as canções. Pegando a deixa, eu acho muito pouco os buracos das ruas de Belo Horizonte para Paulo Brant. Pela “paisagem da janela”, ele merece uma “travessia” melhor.