Coluna do Zeca: PBH, onde está o histórico de manutenção da barragem?

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Eu não queria ter o vereador Gabriel Azevedo como meu inimigo político. Ele é um ferrinho de dentista, detalhista ao extremo e não se dá por vencido facilmente, ainda mais quando o assunto é sério. No final desta quarta-feira, ele gravou um vídeo ao lado da barragem Santa Lúcia, palco do último pesadelo do belo-horizontino, que mais uma vez teve seus carros arrastados pelo excesso de chuva. Na gravação, Gabriel acusa a prefeitura de Belo Horizonte de negligência, ao não fazer preventivamente as manutenções necessárias para que, no período de chuva, não houvesse transbordo de água.

E disse mais. Desafiou o prefeito Fuad a dizer qual projeto que a Câmara negou a aprovar na região, deixando a entender que a acusação do prefeito não tinha cabimento, já que o vereador afirma categoricamente que nenhum projeto desta natureza foi encaminhado. Por fim, ele buscou na memória que, em 2020, o Ministério Público pediu um projeto para cada barragem e, pelo menos, no que se refere a de Santa Lúcia, nada foi feito.

Mais cedo, eu entrei em contato com o Gabriel perguntando se ele teve acesso ao histórico de manutenção da barragem. Ele me garantiu que já tinha pedido para a PBH e que não tinha recebido ainda. Em outra postagem, o vereador garantiu que, no passado, a manutenção da barragem em questão estava sendo feita e que nos últimos tempos a prefeitura deixou de fazer.

Ora, meus caros leitores, é crucial que este histórico apareça e de preferência pelas mãos do prefeito. Se houve negligência, que faça a mea culpa mas que, realmente, não use este discurso de “novo normal” ou que os projetos não saíram do papel por culpa da nossa câmara. O atual prefeito pretende partir para a reeleição, continua com os índices fracos de intenção de votos, até pelo baixo conhecimento que os eleitores têm dele. As pessoas com mais experiência em comunicação precisam direcionar melhor o prefeito em como se portar nestes momentos, não podem deixar ele vendido desta maneira.

O governador Zema quis tirar uma casquinha da situação. Postou um vídeo dizendo que a capital mineira precisa de gestão. Neste ponto, meu caro governador, o currículo do prefeito tem mais audiência no LinkedIn do que o seu, o que não impede erros de Fuad neste episódio em questão. E a resposta do prefeito à provocação do governador não demorou. Fuad lembrou que a obra de contenção onde Zema estava no momento da gravação do vídeo era financiada por recurso da Vale e não do governo mineiro.

Em meio as trocas de farpas entre os dois políticos, outro pré-candidato à prefeitura de Belo Horizonte, o senador Carlos Viana, foi muito superficial nas suas redes sociais para tratar do assunto. Disse que BH “precisa de projetos e obras para evitar o caos causado pela chuva”. Completou dizendo que os alagamentos em BH são constantes e pediu cautela aos moradores.

Na minha visão, o senador vai chegar bem competitivo nas eleições, foi muito bem nos debates para governador de Minas Gerais. Aliás, foi o único que mandou bem. Mas chegar não quer dizer nada, eleição não se ganha de véspera. Essa mensagem dele foi burocrática e preguiçosa, bem diferente da que o vereador Gabriel fez. Eu entendo que ele tem as funções em Brasília, mas hoje era um dia para estar em BH, ir até a barragem Santa Lúcia, e gravar um vídeo com uma mensagem menos jornalística, como bom jornalista que é, e fazer uma mais humanizada, com informação, com cobrança mais embasada.

O eleitor, no frigir dos ovos, sabe e sente essa diferença. Na tragédia da barragem da Santa Lúcia, só o vereador Gabriel Azevedo soube se portar como representante público.

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