Curtas do Zeca: Estamos todos a pé

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Propaganda da prefeitura de Belo Horizonte em rede social diz que atendeu 1.200 pessoas com suspeita de dengue no final de semana. A peça termina com a assinatura “trabalho, energia e coração”. É o mesmo que uma companhia aérea se orgulhar de distribuir paraquedas na fila do embarque.

Por falar em dengue e falta de sensibilidade, o mato que tomou conta da Praça do Papa, no bairro Mangabeiras, não só atrapalha no combate ao mosquito, mas, também, mancha um dos cartões postais da cidade. Na véspera de receber milhões de pessoas que, certamente, vão percorrer os principais pontos turísticos da capital, a PBH não pode permitir um erro grave desta natureza.

A ciclovia na Afonso Pena vai tomando corpo. Saiu da praça da Bandeira e está descendo ladeira abaixo. Um médico, amigo meu, está curioso para saber como vai ficar na curva para quem quer descer a Contorno, no sentido Savassi. Não tenho medo de ficar velho e, sim, obsoleto a ponto de não conseguir ver o futuro e progresso chegando. Mas, hoje, tenho a convicção de que é a obra mais sem sentido de Belo Horizonte de todos os tempos. Outro amigo, arquiteto, cheio de sarcasmo, lembra que em Amsterdã as ciclovias funcionam.

É difícil saber ao certo qual foi o principal motivo que levou o senador Rodrigo Pacheco a dizer no seu discurso de abertura do ano no Legislativo que iria combater decisões monocráticas no judiciário e que iria defender mandatos para os ministros do Supremo. Foi pela pressão dos seus colegas parlamentares com o avanço das ações da Polícia Federal no Congresso Nacional? Ou foi um reposicionamento político de olho nas eleições de 2026? É porque foi preterido? Ou, simplesmente, porque ele, de fato, acredita que tenha excessos no judiciário, apesar do silêncio incompreensível ao longo desses anos? Eu escolho todas as alternativas acima.

O governador Zema admitiu publicamente que tem a possibilidade de concorrer a presidência da República. Em entrevista ao programa Pânico, da rádio Jovem Pan, Zema também disse que se houvesse constrangimento por parte de Lula em conversar com ele sobre as pautas caras a Minas Gerais, poderia conversar com o seu vice, Mateus Simões. Eu até entendo que ele não queira ser empecilho para as soluções, mas têm coisas na vida que não se terceirizam, têm coisas em que o líder chama a responsabilidade para si. Encontrar com o presidente Lula e tratar da listinha de problemas deveria ser obsessão do governador, mas ele não sabe se governa ou se faz campanha. As duas coisas, simultaneamente, não vão dar certo.

Em tempos de obras incompreensíveis para a construção de ciclovias, onde nem mesmo o trânsito atual funciona bem, o mineiro lida com questões mais sérias: tem que estar atento para não ficar “a pé” na política.

Tags: Rodrigo Pacheco, romeu zema
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