Após votação inédita, professores da UFMG anunciam greve

Pela primeira vez em 20 anos, docentes da UFMG aprovam uma greve na primeira assembleia

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Na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a decisão de realizar uma greve de professores foi aprovada em uma votação que contou com 228 votos a favor e 140 contra. A partir da próxima segunda-feira (15), a instituição aderirá à greve de docentes, seguindo um mês de paralisação pelos servidores técnicos administrativos (TAEs) das universidades.

Dos 228 votos a favor da paralisação, 213 foram presenciais e 15 virtuais. Dos 140 votos contra, 121 foram realizados presencialmente e 19 virtualmente. Havia ainda 25 abstenções. Apesar da aprovação da greve, a participação é opcional para cada professor.

Notificação e responsabilidades da greve

Os professores devem notificar a UFMG até 72 horas antes do início da greve. Além disso, ainda há questões a serem definidas, como a composição do comando da greve. Este comitê de greve assume as responsabilidades da paralisação e representa a UFMG, definindo as prioridades e os serviços essenciais. Este grupo também representa todos os docentes em greve e decide quais questões serão aprovadas e executadas e quais serão interrompidas pela greve.

Este é um evento histórico para a UFMG, pois é a primeira vez em 20 anos que os professores aprovam uma greve na primeira assembleia. A instituição geralmente adere às greves de maneira tardia, esperando as ações de outras grandes universidades federais.

Desde 11 de março, os TAEs das universidades federais estão parados para reivindicar seus direitos. Suas exigências incluem a reposição das perdas salariais acumuladas durante os governos de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL), a reestruturação dos planos de carreira, mais investimentos nas instituições e a realização de um concurso para contratar mais funcionários.

Participação na assembleia

Cerca de 100 alunos e 200 professores participaram da reunião. No entanto, as unidades dos cursos de medicina, veterinária, odontologia, ciências da informação e farmácia não participaram. A assembleia foi adiada em mais de uma hora, pois o auditório reservado não comportava o número de pessoas.

Os estudantes presentes na assembleia esperam uma greve geral unificada entre técnicos, professores e alunos. O corpo estudantil e as unidades, organizadas pelos Diretórios Acadêmicos (DAs) e Centros Acadêmicos (CAs) da UFMG, ainda não realizaram assembleias sobre a questão.

Debates sobre a greve

Devido ao atraso inicial, apenas algumas pessoas foram selecionadas para se posicionar contra ou a favor da greve. Os argumentos a favor da greve destacaram a relutância do governo em negociar com os trabalhadores. Por outro lado, argumentos contra a greve enfatizaram a desorganização do calendário e o acúmulo de material que recairá sobre os alunos se a greve for aprovada. Alguns argumentaram que ainda há pouca mobilização, indicando uma possível baixa adesão à greve.

No entanto, segundo os estudantes presentes, o debate não é sobre entrar ou não em greve, mas sim sobre o momento certo para isso.

De acordo com o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), 31 instituições em Minas Gerais já anunciaram a data de paralisação de suas atividades. Em todo o Brasil, a adesão à greve foi aprovada em mais de 260 unidades da rede federal em 21 estados.

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