Como tensão entre Pacheco e Haddad afeta negociação de dívidas de MG?

Lideranças de Minas Gerais estão confiantes que desavenças entre políticos não prejudicarão reestruturação da dívida estadual

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A crise recente entre o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD), e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, gerou preocupações, mas não entre as lideranças políticas de Minas Gerais. Estas lideranças estão envolvidas nas negociações para reestruturar a dívida do estado, que soma aproximadamente R$ 165 bilhões com a União. Elas acreditam que o atrito existente não influenciará a proposta do Ministério da Fazenda de repactuação das dívidas estaduais.

O conflito entre Pacheco e Haddad tornou-se público quando o governo Lula tentou, através do STF, reimpor a carga tributária sobre a folha de pagamento do setor de serviços. Lula havia vetado a continuação dessa desoneração até 2027, mas o veto foi rejeitado pelo Congresso. Em resposta, o ministro Cristiano Zanin, do STF, concedeu uma decisão liminar a pedido da Advocacia Geral da União, o que foi criticado por Pacheco como “precipitado, descontextualizado e fora de momento”.

Otimismo do governo de Minas

Apesar das tensões, o deputado João Magalhães (MDB), líder do governo Romeu Zema (Novo) na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, minimizou o conflito. “Isso já está superado”, disse ele. “Eles já abaixaram as armas. O Haddad já fez um aceno, agradecendo ao Congresso, e Rodrigo já falou no mesmo sentido”. Magalhães também afirmou que nunca temeu que o desentendimento impactasse as negociações.

Na última terça-feira (30), Fernando Haddad expressou gratidão a Pacheco e ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, por limitarem a isenção fiscal do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos a R$ 15 bilhões. “Ao contrário do que às vezes as manchetes sugerem, ‘Câmara e Senado aprovam gasto’, o que aconteceu foi exatamente o contrário”, elogiou Haddad.

Cássio Soares (PSD), líder do bloco do governo Zema, corroborou a opinião de Magalhães, notando que após os atritos, houve esforços conjuntos para suavizar o ambiente e restabelecer o diálogo. “Creio que não teremos dificuldades nesse avanço, porque estamos falando de algo muito maior, que é a capacidade de investimentos dos estados e a solução para as dívidas”, disse Soares.

Ainda assim, enquanto os deputados se mostram otimistas, assessores de Haddad consideram que a proposta de reestruturação da dívida, apesar de generosa para os estados, poderia sobrecarregar os cofres federais. Este plano é visto como necessário para que o governo federal alcance a meta de déficit zero em 2025.

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