Confronto por reajuste salarial acaba em protesto contra Zema

Servidores da segurança pública em Belo Horizonte se manifestam contra propostas de reajuste e previdência do governo Zema

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O clima de tensão entre os servidores das forças de segurança do governo de Romeu Zema (Novo) intensificou-se com protestos em Belo Horizonte, motivados por discordâncias quanto às propostas de reajuste salarial e alterações previdenciárias. A tensão foi exacerbada após o tratamento hostil aos manifestantes em um evento do governador, que já enfrentava críticas por medidas consideradas insatisfatórias pelas classes trabalhadoras do setor de segurança.

Na manhã de ontem (20), enquanto Romeu Zema chegava a um evento no Sesc para promover um programa de capacitação, confrontos eclodiram entre os seguranças do governador e servidores estaduais. Estes últimos protestavam contra o aumento de 3,62% nos salários, proposto pelo governo, que é visto como insuficiente. “A confusão iniciou-se quando tentavam impedir Zema de entrar, arrancando faixas dos agentes de segurança pública que bloqueavam a passagem”, relatou o jornal Estado de Minas.

Os protestos também giram em torno de um projeto de lei que propõe aumentar a contribuição dos servidores para o Instituto de Previdência dos Servidores Militares (IPSM). Além disso, a agenda do dia promete mais tensão, com a Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) prevendo a apreciação de projetos relacionados à previdência e aos reajustes salariais.

Aumento da mobilização

“Estamos expandindo a mobilização para o interior do estado. Vai ter protesto em BH, Araxá, Uberlândia, Teófilo Otoni. O governador se acostumou com um movimento centralizado em Belo Horizonte, mas agora recrudescemos a mobilização”, declarou o subtenente Heder, presidente da Associação dos Praças Policiais e dos Bombeiros Militares de Minas Gerais (Aspra-MG).

Wladimir Dantas, vice-presidente do Sindicato dos Policiais Penais de Minas Gerais, expressou o descontentamento geral com a gestão Zema, criticando a falta de diálogo. “Zema não está aberto ao diálogo. Estamos chateados, é como um filho sem pai. Não temos um norte, um comandante e ele coloca a polícia contra a polícia”, pontuou.

Hoje (21), a CCJ analisará três projetos críticos para os servidores, incluindo o PL 2309/2024, que prevê um reajuste de apenas 3,62%, e o PL 2239/2024, que propõe aumentar o desconto nos salários de policiais e bombeiros para financiar o IPSM. “A proposta de reajuste representa apenas um terço da inflação acumulada dos últimos dois anos”, criticou um representante do Sindicato dos Servidores da Tributação, Fiscalização e Arrecadação de Minas Gerais (Sinfazfisco-MG).

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