Crise política: deputados da base de Zema resistem ao Regime de Recuperação Fiscal

Deputados alinhados ao vice-governador Mateus Simões expressam resistência ao RRF proposto pelo governador Zema, enquanto sindicatos preparam protestos

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A política de Minas Gerais vive momentos de tensão em torno do Regime de Recuperação Fiscal (RRF). Enquanto o governador Romeu Zema (Novo) busca a aprovação do regime na Assembleia Legislativa, seu vice, Mateus Simões, também do Novo, e diversos deputados governistas se posicionam contra a medida, descrevendo-a como uma “esquizofrenia política”. O desacordo interno reflete a divisão entre os líderes do executivo estadual e complica a passagem do projeto.

Resistência na Assembleia

Durante o último fim de semana, essa divisão ficou mais evidente. Boa parte dos aliados de Zema, mais próximos ideologicamente de Simões, mobilizou-se ativamente contra o RRF. Eles trocaram mensagens e fizeram apelos para que o governador atendesse às exigências do Supremo Tribunal Federal (STF) de pagar as dívidas do estado sem depender do regime. “Precisamos encontrar uma solução que não prejudique nossos servidores nem o patrimônio público”, argumentava um dos deputados em mensagem vazada à imprensa.

A proposta alternativa apresentada pelo senador Rodrigo Pacheco (PSD), considerada mais favorável para Minas Gerais, ganhou força entre os parlamentares. “A proposta de Pacheco traz menos danos aos envolvidos e preserva o que é de Minas”, comentou outro parlamentar.

Pressão do Judiciário e impacto social

Enquanto isso, a Advocacia Geral da União (AGU) expressou ao STF concordância com uma prorrogação na resolução da dívida, contanto que Minas Gerais cumprisse com o pagamento das parcelas pendentes há seis anos. Zema, enfrentando a ameaça de um colapso financeiro, pressiona pela aprovação da adesão ao RRF, um plano que persegue desde o início de seu mandato. “A adesão ao RRF é essencial para a reorganização financeira do estado”, insistiu Zema. No entanto, a possibilidade de uma nova prorrogação pelo STF, que permitiria ao estado não efetuar pagamentos imediatos, pode suspender a votação prevista para esta tarde. Isso dependerá de uma manifestação do Judiciário a tempo.

Reação dos sindicatos

A Frente Sindical em Defesa do Serviço Público, composta por diversos sindicatos, já se organiza para protestar contra os deputados que votarem a favor do RRF. Com planos de expor os parlamentares em outdoors e redes sociais, a resistência sindical aumenta a pressão política. “Não vamos permitir que passem por cima dos direitos dos servidores sem uma resposta à altura”, afirmou um representante sindical.

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