Deputado Caporezzo propõe tornar Lula ‘persona non grata’ em Minas

O parlamentar bolsonarista justifica o projeto citando as tensões diplomáticas entre Brasil e Israel

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Duas semanas após a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Minas Gerais, o deputado estadual Caporezzo (PL-MG) apresentou um Projeto de Lei para considerar o chefe do Executivo federal como “persona non grata” no estado.

De acordo com o texto protocolado, o deputado justifica sua proposta com base no atual cenário de tensões diplomáticas entre o Brasil e Israel. Tais tensões foram exacerbadas pelas recentes declarações do presidente Lula, que foram consideradas ofensivas pelo governo israelense.

Declarações controversas de Lula

Caporezzo argumenta que, apesar de reconhecer a importância da soberania dos povos e o direito à liberdade de expressão, seu projeto tem o intuito de expressar, simbolicamente, o repúdio do povo mineiro às declarações de Lula. Segundo o deputado, tais declarações podem de alguma forma desrespeitar ou minimizar a histórica parceria entre Minas Gerais e Israel.

O parlamentar faz referência ao apoio israelense durante o desastre de Brumadinho, caracterizando-o como um dos momentos mais trágicos da história recente do estado. Além disso, Caporezzo critica a comparação feita por Lula entre a luta de Israel contra as forças terroristas do Hamas e a Alemanha Nazista. Para Caporezzo, tal comparação não é apenas uma ‘desonestidade histórica’, mas também um ‘grande desrespeito ao Estado de Israel’.

Visita de Lula a Minas Gerais

Importante frisar que, ainda que o projeto seja aprovado, o texto proposto por Caporezzo não impede que Lula visite Minas Gerais.

A crise diplomática entre Brasil e Israel, que se intensificou a partir de uma declaração de Lula, teve uma escalada significativa na segunda-feira (19), com uma série de atos simbólicos de ambos os lados. O governo israelense submeteu o embaixador brasileiro em Tel Aviv a uma reprimenda pública e declarou Lula “persona non grata”. Como resposta, o presidente Lula convocou o embaixador Frederico Meyer de volta ao Brasil.

Reação israelense

A crise foi desencadeada após uma viagem de cinco dias do presidente Lula ao continente africano, que terminou no domingo (18). Durante uma entrevista concedida na capital da Etiópia, Lula foi questionado sobre o envio de auxílio financeiro à agência da ONU para os refugiados palestinos. Na ocasião, o presidente criticou os países que interromperam o financiamento à agência após denúncias de envolvimento de seus integrantes no ataque terrorista de 7 de outubro, quando o Hamas matou 1,2 mil pessoas e sequestrou mais de 200. Desde o início da reação israelense, mais de 29 mil pessoas morreram em Gaza, conforme dados do Ministério da Saúde do Hamas.

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