O deputado estadual Sargento Rodrigues (PL) pretende solicitar a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o governo do Estado de Minas Gerais no que se refere aos pagamentos destinados ao Instituto de Previdência dos Servidores Militares do estado (IPSM). A iniciativa surge após alegações de uma dívida acumulada que, segundo o deputado e outros militares, alcança o valor de R$ 7 bilhões.

A motivação para a CPI é sustentada pela acusação de que os recursos destinados ao IPSM estão sendo desviados. “Vou apresentar o requerimento porque são R$ 7 bilhões desviados criminosamente”, afirmou Sargento Rodrigues. “As contribuições de segurados estão indo para outra conta que, neste momento, eu entendo que é o caixa do estado. Portanto, nós vamos colher as assinaturas”, declarou ele.

Discussão aumenta na ALMG

Durante uma discussão acalorada na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), o subtenente Gonzada, ex-deputado federal e conselheiro da Associação do Praça Policiais e Bombeiros Militares de Minas Gerais (Aspra), expressou a insatisfação da categoria. Segundo ele, a ação do governo é “extremamente danosa para os militares”, principalmente no que concerne ao IPSM, que administra tanto o sistema de saúde quanto o de pensão dos militares.

O IPSM é encarregado de gerenciar a rede conveniada e orgânica de saúde, incluindo um hospital militar e uma clínica odontológica. Uma lei de 1990 obriga o estado a contribuir com 16% da remuneração de cada militar ao IPSM, enquanto o próprio militar contribui com 8%.

Os detalhes do desvio foram elucidados ainda mais quando, em resposta a um ofício da comissão, o diretor geral do IPSM confirmou que, de abril de 2020 a dezembro de 2023, o executivo estadual não cumpriu com o repasse dos 16% da contribuição patronal, totalizando uma dívida estimada em R$ 6 bilhões, 918 milhões e 329.