O deputado federal André Janones (Avante-MG) demonstrou descontentamento com o pedido da Polícia Federal para a quebra de seus sigilos bancário e fiscal, em meio a investigações de um suposto esquema de “rachadinha”. A solicitação para acesso à essas informações foi feita ao Supremo Tribunal Federal (STF) na terça-feira (30). Janones, por sua vez, alega que tais informações já estariam disponíveis para os investigadores.

Pedido de quebra de sigilo e reação de Janones

O parlamentar expressou surpresa com o pedido em uma nota publicada, questionando a necessidade de uma quebra de sigilo quando as informações supostamente já estariam à disposição dos investigadores. Ele questionou o apontamento de um depósito como “suspeito”, feito em um período quando nenhum dos assessores investigados estava mais trabalhando em seu gabinete. “Como eles devolviam salário 3 anos após serem exonerados?”, questionou Janones em sua declaração.

Investigação e suspeitas

A Polícia Federal também pediu acesso às informações de cinco assessores de Janones, relativas ao período de janeiro de 2019 a janeiro do ano atual. A corporação informou ao STF que as investigações preliminares sugerem a existência de um esquema de desvio de recursos públicos no gabinete do deputado. A representação foi assinada pelo delegado Roberto Santos Costa e enviada ao ministro Luiz Fux, relator do inquérito.

Inconsistências e contradições

De acordo com a PF, há inconsistências nos depoimentos dados por funcionários do deputado. A corporação suspeita que parte dos valores recolhidos por Janones no suposto esquema de “rachadinha” pode ter financiado a campanha eleitoral de Leandra Guedes Ferreira para a Prefeitura de Ituiutaba, em 2020. Leandra, ex-mulher de Janones, foi a vencedora da referida disputa.

Em nota Janones reforça sua confiança na absolvição, alegando que ele não deve nada, e destacando que quem deve são os “bolsonaros”. Ele menciona a aquisição de 70 imóveis em dinheiro vivo, um caso que ainda não foi justificado. “Ao final, a verdade prevalecerá, tanto aqui quanto lá! Eu creio”, concluiu o deputado.