Eleições: PT pode abrir mão de prefeitura de BH para manter poder federal

Partido considera não lançar candidaturas próprias nos quatro maiores colégios eleitorais municipais

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O PT está considerando uma nova abordagem estratégica para manter sua influência no governo federal. Segundo um dirigente experiente do partido, o PT “deve entregar os anéis agora para não perder os dedos lá na frente”. Esta seria a primeira vez que o partido considera não lançar candidaturas próprias nos quatro maiores colégios eleitorais municipais – São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Salvador.

O PT projeta lançar apenas 15 candidaturas próprias em capitais neste ano, incluindo Porto Alegre, Fortaleza, Maceió e Cuiabá. Este é o número mais baixo de candidaturas próprias lançadas desde os primeiros anos da década de 1990. Apesar do desgaste da Operação Lava Jato, o partido lançou 21 candidaturas em 2020, mas não conseguiu eleger nenhum candidato em nenhuma capital.

Projeções para o futuro

O PT tem duas prioridades principais para este ano: garantir uma vitória em pelo menos três capitais e estabelecer um acordo de médio prazo com o MDB e o PSD. Lula, em conversas reservadas, admitiu que o cenário presidencial para 2026 será desafiador e que somente uma “nova frente ampla” poderá garantir sua reeleição.

O plano do PT é ceder espaço ao PSD e MDB em redutos eleitorais críticos para garantir o apoio desses partidos à sua candidatura à reeleição. Para esse fim, o PT sinaliza apoio ao PSD no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte, e cogita apoiar candidaturas do MDB em Salvador e Rio Branco.

Negociações em andamento

Lula já indicou que está disposto a apoiar as candidaturas do PSD para os governos do Rio de Janeiro, com Eduardo Paes, e de Minas Gerais, com Rodrigo Pacheco, em troca do apoio do partido em 2026. Ele também expressou interesse em retomar a chapa PT e MDB para a disputa presidencial, caso o atual vice-presidente Geraldo Alckmin, do PSB, decida concorrer ao Senado por São Paulo.

A situação desafiadora do partido foi reconhecida por assessores do Palácio do Planalto, que têm repetido uma frase do presidente: “É preciso conversar até com quem não gosta da gente”. Essa frase tornou-se uma espécie de mantra para o partido nas eleições deste ano.

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