O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou que a Petrobras permanece tranquila apesar das turbulências recentes que colocam em xeque a liderança de Jean Paul Prates à frente da companhia. Segundo Lula, a ideia de uma crise na Petrobras é exagerada. !A crise da Petrobras é o fato de que ela é uma empresa muito grande. […] Eu não vejo problema na Petrobras. O fato de você ter um desentendimento, uma divergência, uma colocação equivocada, faz parte existência do ser humano”, explicou o presidente durante um encontro com jornalistas.

Lula enfatizou que desentendimentos são naturais na gestão de uma grande corporação como a Petrobras. “Quando Deus nos fez, quando deu boca, já estava previsto isso. Nem sempre a boca fala somente as coisas que são boas. Às vezes, uma palavra mal colocada cria uma semana de especulação, mas eu posso dizer que a Petrobras está tranquila”, comentou.

Tensões sobre dividendos extraordinários

A controvérsia em torno da gestão de Prates se intensificou devido a discussões sobre o pagamento de dividendos extraordinários aos acionistas, estimados em quase R$ 44 bilhões. A situação é considerada instável pelo governo federal, que observa uma crescente especulação sobre uma possível substituição de Prates.

Os atritos de Prates com outros membros do governo não são novos. Críticas surgem principalmente pela maneira como Prates tem conduzido decisões sem ampla consulta a setores relevantes, incluindo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e o da Casa Civil, Rui Costa, encarregado da articulação política do governo. A falta de liderança efetiva de Prates à frente da Petrobras também é questionada.

No entanto, recentemente Silveira e Costa alinharam-se ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, favoráveis ao pagamento de dividendos. Essa mudança de postura foi relatada pela Folha de S.Paulo, indicando um possível consenso emergente dentro do governo.

No início do mês, a Petrobras se pronunciou oficialmente, declarando que ainda não há uma decisão concreta sobre os dividendos extras. A decisão final será discutida e votada na Assembleia Geral de Acionistas, programada para 25 de abril.