O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) completou nesta quarta-feira (15) dez dias de internação devido a complicações de saúde envolvendo erisipela na perna esquerda e obstrução intestinal. Esta é uma das internações mais longas de Bolsonaro desde janeiro de 2019, quando ficou hospitalizado por 18 dias após uma cirurgia para remoção de uma bolsa de colostomia e reconstrução do trânsito intestinal, decorrentes de um ataque sofrido em 2018.

Bolsonaro já passou por pelo menos 11 internações desde 2019, sendo nove delas relacionadas ao ataque que sofreu durante um ato de campanha. A mais recente foi em fevereiro deste ano, para exames que descartaram a necessidade de uma nova cirurgia abdominal. Sua atual condição de saúde começou a se deteriorar em Manaus, onde chegou no dia 3 de novembro para um evento de campanha. Apesar de sentir desconforto, só buscou atendimento no dia seguinte. Ele teve alta no dia 4, mas retornou ao hospital no domingo (5) após piora em seu quadro de saúde.

Deslocamento emergencial

O ex-presidente foi transferido para São Paulo na noite de segunda-feira (6), após diagnóstico de uma nova obstrução intestinal. “A transferência ocorreu após os exames, e a equipe médica optou por continuar o tratamento em São Paulo”, informou o advogado Fabio Wajngarten. Antes do diagnóstico, havia planos de transferi-lo para Brasília. Em São Paulo, Bolsonaro está sendo tratado no hospital Vila Nova Star, onde passou a maior parte de suas internações anteriores.

Impacto nas agendas políticas

Devido a sua condição de saúde, Bolsonaro cancelou sua participação em eventos com pré-candidatos durante este mês. Os cancelamentos incluem agendas em Belém com o delegado Éder Mauro (PL-PA) e em Belo Horizonte, onde participaria do lançamento da pré-candidatura de Bruno Engler (PL) à prefeitura. “Os compromissos foram adiados e uma nova data será definida”, anunciou Wajngarten.

Em um comunicado recente, a equipe médica de Bolsonaro relatou que ele “apresenta ótima evolução clínica”, mas ainda não há previsão de alta. Ele segue recebendo antibióticos por via endovenosa e mostra “melhora progressiva do quadro infeccioso”, segundo o boletim médico.