O ministro da Fazenda questiona o governador Romeu Zema sobre a dívida pública do estado, que ultrapassa R$ 170 bilhões
Por:
O ministro da Fazenda questiona o governador Romeu Zema sobre a dívida pública do estado, que ultrapassa R$ 170 bilhões
Por:
Fernando Haddad, ministro da Fazenda, criticou nesta quarta-feira (27) a postura do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), em relação à renegociação da dívida pública do estado, atualmente acima de R$ 170 bilhões. Segundo Haddad, Zema não buscou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para resolver o déficit nas contas de Minas Gerais. A declaração foi dada em uma entrevista à rádio Itatiaia.
Haddad, ao ser questionado sobre o novo modelo de renegociação que propôs aos estados em uma reunião recente, defendeu a proposta que visa diminuir as taxas de juros cobradas nas dívidas estaduais em troca de investimentos no Ensino Médio Técnico. Ele acredita que essa é uma troca justa que trará sustentabilidade aos estados endividados, coisa que não foi feita anteriormente.
“Você veja que o governador Zema jamais foi recebido pelo governo anterior para discutir essa questão da dívida, também não procurou. Não houve nenhuma negociação em torno da dívida de Minas”, afirmou.
O ministro informou que o projeto será enviado ao Congresso Nacional dentro de 60 dias. Se aprovado em regime de urgência, a proposta ainda precisará ser aprovada pela Assembleia Legislativa de Minas antes de ser implementada no estado.
Devido a essa perspectiva, a gestão de Minas está preocupada com os prazos, já que a liminar no Supremo Tribunal Federal (STF) para voltar a pagar a dívida expira em meados de abril. O vice-governador, Matheus Simões, expressou suas preocupações com o plano de Haddad. “Estou correndo para entender melhor a proposta de Haddad. As metas de reinvestimento parecem pouco factíveis. Minas já tem 100 mil alunos matriculados em ensino técnico, no Trilhas de Futuro. Temos receio de sermos penalizados por ter feito o dever de casa antes”, disse Simões.
Apesar da crítica sutil ao projeto, o vice-governador se mostra otimista com o diálogo com o governo federal. “Estamos com a perspectiva de construir com base na proposta”, afirmou.
A nova proposta de Haddad surpreendeu o governo Zema, já que o Palácio Tiradentes esperava que o projeto do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), fosse o modelo aceito. No ano passado, Pacheco sugeriu um programa de recuperação fiscal (Refis) para os estados com descontos em caso de pagamentos à vista. Ele também sugeriu que as indenizações que a gestão Zema pode receber de mineradoras responsabilizadas por desastres ambientais fossem redirecionadas à União.