A honestidade surge como a principal característica valorizada pelos eleitores de Belo Horizonte nas próximas eleições municipais, segundo a mais recente pesquisa realizada pelo instituto DATATEMPO. Para 40,4% dos entrevistados, possuir um caráter íntegro é mais crucial do que qualquer outro atributo nos candidatos a prefeito e vereador. A capacidade de apresentar propostas sólidas para a cidade segue em segundo lugar, com 25,2% da preferência dos participantes.

A pesquisa também indicou que atributos como a trajetória política e a filiação partidária são menos relevantes para os eleitores, recebendo apenas 12,2% e 3,9% das indicações, respectivamente. Esse cenário sugere uma demanda clara por figuras políticas não associadas a escândalos de corrupção.

Honestidade e propostas concretas

Segundo Bruna Assis, analista de pesquisas do DATATEMPO, a tendência de valorizar a honestidade tem sido uma constante em diversas eleições. “A gente sabe que esse tema atravessou todas as eleições nos últimos anos, sejam elas disputas municipais ou não. Então é de se esperar que a honestidade seja uma característica importante para a definição do voto na cidade”, comenta Bruna. Além disso, ela ressalta a importância das propostas práticas para os problemas cotidianos da cidade como um fator determinante para a escolha dos futuros gestores municipais.

As preocupações diárias dos cidadãos, como o tempo gasto no trânsito e a qualidade do serviço de saúde, são centrais nas eleições municipais. O levantamento da DATATEMPO destacou um aumento significativo na insatisfação com o serviço de saúde, que foi apontado como o pior serviço público por 29,3% dos entrevistados, um aumento de 5,4 pontos percentuais em relação ao ano anterior. Questões de trânsito e transporte também foram altamente criticadas, com 17% dos participantes expressando descontentamento.

Demandas da população

Bruna Assis enfatiza que os candidatos precisarão estar atentos às reivindicações atuais do eleitorado para moldar suas campanhas. “Se é isso que a população está demandando e se é nisso que questionamentos dos eleitores estão se baseando, a campanha dos candidatos precisa ir se moldando em torno desses temas”, observa ela.

A pesquisa foi realizada entre os dias 26 e 30 de março, incluindo 1.200 entrevistas domiciliares. A margem de erro é de 2,83 pontos percentuais, para mais ou para menos, com um intervalo de confiança de 95%. O estudo foi contratado pela Sempre Editora e registrado no TRE-MG sob o número 02336/2024.