José Dirceu retorna e mira na participação em campanhas municipais do PT

O ex-ministro da Casa Civil, que enfrenta condenações na Lava Jato, busca repensar o papel do PT frente ao avanço da direita

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José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil, está de volta à política e tem como meta participar de campanhas municipais estratégicas para o Partido dos Trabalhadores (PT). Dirceu acredita que o partido precisa “repensar o seu papel para lidar com a força da direita”. Este movimento tem o apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas causa apreensão em algumas alas do PT.

Nas últimas semanas, Dirceu tem se movimentado nos bastidores da política, tendo almoçado com o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e conversado com os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). A preocupação de Dirceu gira em torno dos conflitos entre o Congresso e o Palácio do Planalto, além do crescimento da oposição.

Confrontos políticos e expectativa de mandato

Em entrevistas recentes, Dirceu declarou que irá trabalhar para que o PT permaneça “pelo menos 12 anos no governo”. Além disso, ele também tem interagido com o ex-presidente José Sarney e o senador Renan Calheiros (AL), ambos do MDB. Entre seus interlocutores estão também o presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), o governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), e o ex-chanceler Aloysio Nunes (PSDB).

A luta pela anulação das condenações na Lava Jato

Dirceu, que foi condenado e preso três vezes devido aos casos do mensalão e da Lava Jato, está atualmente inelegível. Porém, no mês passado, a defesa do ex-ministro, liderada pelo advogado Roberto Podval, entrou com um pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) para anular todas as suas condenações na Lava Jato.

“Neste ano, irei participar da campanha como cidadão e militante nas cidades definidas como prioritárias pelo diretório regional”, afirmou Dirceu. Na prática, ele tem contribuído na formação de alianças.

Confrontos internos e planos futuros

Dirceu concorda com as críticas feitas por Lula a respeito dos resultados das eleições de 2020 e tem liderado aqueles que pedem mudanças no PT. Ele apoia a ideia de um segundo mandato para Lula, mas evita comentar sobre seus próprios planos políticos.

A posição de Dirceu em apoio à política econômica de Haddad tem causado desconforto entre os aliados de Gleisi Hoffmann, a atual presidente do PT. A estratégia de Dirceu tem preocupado alguns membros do partido, que acreditam que ele pode colocar o PT em uma situação difícil.

Diagnóstico da situação política atual

Segundo Dirceu, “a direita está ganhando a disputa política” e é necessário que o PT reaja. “As mudanças no mundo e no Brasil exigem que façamos frente à força da direita. Após anos de repressão política e jurídica, o PT precisa repensar o seu papel”, argumentou. Quando questionado se mantém contato frequente com Lula, Dirceu responde de maneira enigmática: “O presidente sabe o que eu penso e eu sei o que ele pensa”. E conclui: “Eu saí do governo, mas o governo não sai de mim”.

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