Lula resiste à pressão para substituição de ministro Padilha

Apesar das demandas do presidente da Câmara, Arthur Lira, presidente Lula mantém Alexandre Padilha em posição chave

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O presidente Lula mostrou aos seus aliados que não está inclinado a ceder à pressão do presidente da Câmara, Arthur Lira, para substituir o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha. Padilha é o responsável pela articulação política do governo com o Congresso Nacional, e Lira tem aumentado a pressão para sua troca, sugerindo que a agenda do governo na Câmara poderia ficar estagnada sem essa mudança.

Com o calendário eleitoral de 2024 se aproximando, o Planalto está diante de um desafio maior, pois haverá menos tempo para votações de matérias de interesse do Executivo, pois o Legislativo geralmente esvazia durante as eleições. Os assistentes de Lira estão planejando um encontro entre Lira e Padilha para tentar uma reaproximação.

Desafios na relação com o Congresso

Membros do Palácio do Planalto não acreditam que houve um rompimento entre Lira e Padilha, apesar de reconhecerem que a relação não está boa. Lira indicou a aliados de Lula que sua insatisfação é com Padilha, e não com o governo. Portanto, os governistas acreditam que Lira não se recusará a dialogar com outros ministros petistas, como Rui Costa (Casa Civil) e Fernando Haddad (Fazenda), além do líder do governo na Câmara, José Guimarães, e do próprio presidente Lula.

A artilharia política de Lira

A artilharia de Lira voltou-se novamente para a articulação política do governo e para questões sensíveis, como o veto presidencial a R$ 5,6 bilhões em emendas parlamentares em 2024, ano eleitoral. Lira pretende se reunir com Lula nos próximos dias, e a expectativa do palácio é que ele tente garantir o apoio do governo para quem ele escolher para ocupar a presidência da Câmara, e também preparar o terreno para a corrida eleitoral de 2026.

O papel de Padilha na administração das emendas

Na gestão Lula, os líderes da Câmara e do Senado perderam a gestão no processo de liberação e execução dos repasses, que agora está concentrado na pasta de Padilha. Assistentes de Lula acreditam que o presidente manterá Padilha no cargo e com as mesmas atribuições, pois ele é quem poderá mediar com o Congresso um modelo de gestão dessas emendas desejado pelo petista.

O Novo PAC e a luta pelo controle das emendas

O Palácio do Planalto está considerando uma nova investida no Congresso para que os deputados e senadores aloquem suas emendas para obras do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), principal vitrine de Lula na área de infraestrutura. Em troca, os projetos patrocinados pelos parlamentares receberiam uma verba extra, financiada com recursos do governo federal.

As emendas no centro das negociações

Os líderes do Congresso admitem que as emendas da comissão funcionarão como as extintas emendas do relator, que eram a principal moeda de troca nas negociações do governo Bolsonaro e do Legislativo. No entanto, Lula tentou recuperar parte do poder sobre os recursos indicados pelos parlamentares, criando um sistema mais obscuro no qual os deputados e senadores tinham uma cota no orçamento dos ministérios, que nem sequer era rotulada como emenda. Este sistema foi rejeitado por Lira e outros membros da cúpula do Congresso.

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