Deputados mineiros convocaram uma audiência pública para debater a prevenção de desastres em Minas Gerais. A preocupação aumentou significativamente após as recentes chuvas torrenciais no Rio Grande do Sul, levantando temores de que as barragens mineiras possam não suportar um evento climático similar.

De acordo com Agência Nacional de Mineração (ANM), as barragens, concentradas principalmente na Grande Belo Horizonte e regiões Leste, Sul e Noroeste do estado, incluem locais em Itabirito, Brumadinho, Nova Lima, Itatiaiuçu, Ouro Preto, Itabira e Mariana. Com total de 350 barragens, sendo 38 categorizadas como de alto risco, a situação é extremamente delicada.

Audiência pública na ALMG

Julio Cesar Dutra Grillo, vice-presidente do Fórum Permanente do São Francisco, durante a Comissão de Meio Ambiente e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), afirma que Minas Gerais enfrenta um alerta crítico. “Vocês conseguem imaginar o tamanho do desastre que aconteceria em Minas Gerais se as chuvas do Rio Grande do Sul acontecessem aqui?”, questionou.

“São mais de 300 barragens em Minas. Nós não aguentaríamos as chuvas do Rio Grande do Sul. Uma barragem de rejeitos, não qualquer uma. É coisa séria. Falta uma legislação preparada para isso. Estamos entregando um prato cheio para a tragédia”, continuou Grillo.

Estavam presentes membros da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad); da Subsecretaria de Direitos Humanos; e da Subsecretaria de Planejamento, Orçamento e Qualidade do Gasto. Os secretários afirmaram que as mineradoras estão cumprindo a legislação atual.