O carnaval em Belo Horizonte ganhou um tom político em 2024. Nas ruas da capital mineira, os pré-candidatos à prefeitura deram início às suas campanhas para as eleições que acontecerão em outubro deste ano. Os cidadãos, por sua vez, aproveitaram o momento para clamar por políticas públicas, melhorias na cidade, diversidade e para protestar contra o atual governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo).

Início das campanhas no carnaval

O deputado federal Rogério Correia (PT-MG), pré-candidato do Partido dos Trabalhadores e possível escolha do ex-presidente Lula para a prefeitura de BH, esteve presente nas ruas durante todos os dias de festividade. Em declaração ao Estado de Minas, agradeceu o carinho recebido e expressou sua satisfação ao ouvir apoio à sua candidatura. “Agradeço a recepção calorosa e os elogios, especialmente pela minha atuação na CPMI do golpe em defesa da democracia. A prisão de Bolsonaro foi entoada em vários blocos que estive presente. Estou muito feliz por ser reconhecido e aclamado como pré-candidato a prefeito de Belo Horizonte, o que me encoraja para a tarefa designada pelo PT, como candidato do presidente Lula: ‘Lula lá, Rogério em BH”, declarou.

Carnaval como espaço de diálogo político

Além de aproveitar a festa, Rogério usou a oportunidade para discutir questões relacionadas à cidade em pontos estratégicos, como no Barreiro, onde falou sobre o metrô de BH, e nas periferias, onde defendeu a fortificação da festa em áreas democráticas.

“Foi um carnaval popular e sem dono. Este foi o recado do ‘Fora Zema’. A limpeza das ruas e praças pelas garis, o respeito às mulheres e à diversidade também melhoraram muito. Os ventos já não sopram para o ódio e o preconceito. São sinais das mudanças na política. Reclamações de ambulantes, cuidados com a dengue, espaços e cuidados especiais com idosos e ausência de banheiros mostram que também no carnaval Belo Horizonte pode mais”, acrescentou.

Recepção dos foliões aos pré-candidatos

Duda Salabert (PDT-MG), outra pré-candidata à prefeitura, também foi bem recebida pelos foliões. Ela discursou duramente contra o governador Romeu Zema, o prefeito Fuad Noman (PSD), e os deputados federais Nikolas Ferreira (PL-MG) e estadual Bruno Engler (PL-MG). Duda descreveu seu carnaval como “maravilhoso”, enaltecendo como o evento trouxe alegria e renda para a cidade.

Participação dos candidatos da direita

Os candidatos da direita foram mais reclusos durante o carnaval. Durante alguns desfiles, não havia espaço para os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), já que a folia também foi marcada por manifestações contra Bolsonaro. O pré-candidato à prefeitura de BH escolhido por Bolsonaro para a cidade, o deputado Bruno Engler (PL-MG), optou por descansar e discutir sua campanha durante o feriado. Nikolas Ferreira (PL-MG), deputado federal, também não foi visto nas ruas de Belo Horizonte.

Investimento e organização do carnaval

No fim do ano passado, Romeu Zema e o prefeito Fuad Noman assinaram um termo de intenções para trabalharem juntos na organização do carnaval da capital em 2024. Esta foi a primeira vez, em pouco mais de cinco anos de governo, que o governador investiu no evento, que há anos é organizado pela prefeitura de BH.

Protestos marcam as ruas da capital

Apesar dos milhões investidos pelo governo de Minas Gerais e uma clara divisão de responsabilidades entre as administrações municipal e estadual, o saldo político positivo do carnaval não foi para o governador. Nos desfiles, a mensagem era clara: Fora Zema. E mesmo com as avenidas adornadas com símbolos da administração, da Cemig e da Codemge, o governador acabou sendo mais criticado do que reverenciado por suas ações durante os primeiros dias de folia.