Discussões acaloradas entre Alexandre Padilha e Romeu Zema ocorreram durante visita a Belo Horizonte
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Discussões acaloradas entre Alexandre Padilha e Romeu Zema ocorreram durante visita a Belo Horizonte
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Ao longo deste final de semana, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) protagonizaram embates públicos sobre a dívida do estado com a União Federal, atualmente avaliada em R$ 165 bilhões.
As tensões surgiram quando o vice-governador, Matheus Simões (Novo), criticou a negociação com o governo federal na última quinta-feira. “É inacreditável que o governo federal, o mesmo que governava esse estado quando enfrentamos o desastre de Mariana, tenha se empenhado em enrolar o processo de negociação, em vez de promover o avanço das discussões com a Samarco, lamentou Simões.
Durante um evento na capital mineira no mesmo dia, Padilha refutou as críticas de Simões, elogiou o plano proposto pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), e destacou que “tem gente que fala, mas não resolve” o problema, em referência à gestão mineira.
“O presidente Lula vai provar mais uma vez que é o presidente que mais cuida, mais traz investimentos e resolve problemas históricos de Minas Gerais. O presidente, instigado pelo presidente do senado, Rodrigo Pacheco, pela bancada federal, pela bancada da Assembleia Legislativa de oposição ao governador, recebeu uma proposta de solução para a dívida. Existem muitas pessoas que falam, mas não resolvem, não apresentam soluções”, afirmou o ministro das Relações Institucionais.
Porém, a declaração de Padilha não foi bem recebida por Zema. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o governador insinuou que o ministro estaria “desinformado” sobre a real situação do estado. “Não sei se ele sabe que eu paguei o 13º salário que o governador do partido dele não pagou. Será que ele tem conhecimento disso?”, questionou.
Padilha também respondeu em entrevista ao Estadão. “O café do governador de Minas Gerais está esfriando, por isso, ele está tão descontrolado e perdendo a memória”, disse Padilha.
No final do ano passado, duas propostas estavam sendo discutidas para resolver a dívida pública. Zema sugeriu a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), mas encontrou resistência na Assembleia por causa da privatização das estatais e do congelamento dos salários dos servidores públicos por nove anos. Ao final deste período, o estado ainda teria que lidar com juros estimados em R$ 123 bilhões, levando a dívida a R$ 210 bilhões.
Pacheco, por outro lado, sugeriu uma alternativa ao RRF. Além da federalização de empresas, o presidente do Senado propôs um programa de recuperação fiscal (Refis) para os estados, com descontos em caso de pagamentos à vista. O senador também sugeriu que as indenizações que a gestão Zema pode receber de mineradoras responsáveis por desastres ambientais sejam redirecionadas à União.