Nikolas é acusado de injúria contra Lula por fala em evento da ONU

Investigação não indicia deputado, mas PGR avaliará relatório. Ferreira chamou Lula de ‘ladrão que deveria estar na prisão’ em evento da ONU

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A Polícia Federal finalizou a investigação que aponta o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) como autor de crime de injúria contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao chamá-lo de “ladrão que deveria estar na prisão”. Apesar das acusações, o deputado não foi indiciado devido ao entendimento de que se trata de um crime de menor potencial ofensivo.

O delegado Fabio Fajngold destacou que as declarações ofensivas de Nikolas Ferreira não são amparadas pela imunidade constitucional e que, em teoria, configuram injúria contra o presidente. A Procuradoria-Geral da República (PGR) analisará o caso para decidir se denuncia o parlamentar, arquiva o processo ou solicita mais investigações.

Discurso ofensivo

Em um evento das Nações Unidas em Nova Iorque, em novembro do ano passado, Ferreira fez referência ao falecido Olavo de Carvalho e criticou personalidades como Greta Thunberg e Leonardo DiCaprio por apoiarem Lula, a quem chamou de ladrão. “Se encaixa perfeitamente com Greta [Thunberg, ativista] e Leonardo DiCaprio [ator], por exemplo, que apoiaram o nosso presidente socialista, chamado Lula, um ladrão que deveria estar na prisão”, disse Ferreira.

Após o evento, o presidente Lula solicitou ao então ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, que tomasse as providências necessárias contra o deputado, alegando ser vítima de um discurso difamatório.

O vice-procurador-geral Hindenburgo Chateaubriand Filho esclareceu ao STF que, embora o deputado tenha imunidade parlamentar para suas palavras, opiniões e votos, essa prerrogativa não se estende a situações que a transformem em privilégio.

O delegado da PF, no relatório, afirmou que Ferreira “agiu deliberadamente para insultar a honra do chefe de Estado, utilizando um termo depreciativo de forma intencional e premeditada”. Em maio, durante seu depoimento à PF, Ferreira defendeu que suas declarações foram parte da livre manifestação do seu mandato e que não visavam ofender Lula, mas apenas se manifestar dentro dos direitos de sua imunidade parlamentar. Ele reiterou não se arrepender das palavras proferidas.

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