Investigação foca no uso ilegal de ferramentas de geolocalização de dispositivos móveis pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin)
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Investigação foca no uso ilegal de ferramentas de geolocalização de dispositivos móveis pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin)
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A Polícia Federal (PF) lançou uma investigação para desvendar se a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) foi usada para monitorar e investigar de forma ilegal diversos nomes políticos. Uma operação foi deflagrada na manhã de quinta-feira (25) com o objetivo de investigar a possível presença de uma organização criminosa dentro da estatal, supostamente envolvida em monitoramento ilegal de autoridades públicas e outras pessoas. Segundo a PF, o grupo teria usado ferramentas de geolocalização de dispositivos móveis sem autorização judicial.
De acordo com informações levantadas pela GloboNews, membros da PF envolvidos na operação foram notificados de que a ferramenta pode ter sido usada para monitorar ilegalmente até mesmo membros do Supremo Tribunal Federal (STF). Entre os nomes citados estão os ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, o ex-presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia e o ex-governador do Ceará Camilo Santana, atual ministro da Educação do governo Lula.
O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), aliado de Jair Bolsonaro e ex-diretor da Abin, é um dos alvos da operação da Polícia Federal (PF). Conforme as investigações da Globonews, buscas realizadas em computadores e celulares da Abin em outubro do ano passado forneceram evidências para justificar as buscas contra o deputado. As informações apontam que Ramagem foi o responsável por autorizar a espionagem ilegal das autoridades.
A Polícia Federal está cumprindo mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao deputado federal Alexandre Ramagem, inclusive em seu gabinete, na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF). Ao todo, são cumpridos 21 mandados de busca e apreensão, além de medidas cautelares diversas da prisão, incluindo a suspensão imediata do exercício das funções públicas de sete policiais federais. As ações acontecem em Brasília (DF) (18), Juiz de Fora (MG) (1), São João Del Rei (MG) (1) e Rio de Janeiro (1).
Esta operação é um desdobramento da operação Última Milha, deflagrada em outubro do ano passado. “As evidências coletadas a partir das diligências executadas pela Polícia Federal à época indicam que o grupo criminoso criou uma estrutura paralela na Abin e usou ferramentas e serviços daquela agência de inteligência do Estado para ações ilícitas, produzindo informações para uso político e midiático, para a obtenção de benefícios pessoais e até mesmo para interferir em investigações da Polícia Federal”, informou a corporação, em nota.