Na tarde desta terça-feira (21), representantes dos policiais penais de Minas Gerais reuniram-se em frente à Assembleia Legislativa do estado (ALMG) para manifestar descontentamento com o reajuste salarial de 3,62% proposto pelo governo de Romeu Zema. O Projeto de Lei (PL) 2.309/24, que prevê a revisão geral dos subsídios e vencimentos básicos dos servidores públicos civis e militares, foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da ALMG, seguindo agora para a Comissão de Administração Pública.

A categoria adotou o regime de “estrita legalidade”, uma forma de protesto onde os oficiais seguem rigorosamente o que está prescrito na lei, como método para pressionar o governo por um aumento mais significativo. Durante a manifestação, Luiz Gelada, presidente do Sindicato da Polícia Penal de Minas, enfatizou que não se tratava de uma paralisação, mas sim de um “ato democrático de direito ordeiro e organizado da segurança pública”. “Estamos clamando por justiça”, afirmou Gelada.

Descontentamento com o reajuste proposto

Os policiais penais argumentam que o aumento de 3,62% é insuficiente para cobrir as perdas inflacionárias acumuladas, que eles estimam em 41,6%. “O que esse governo está fazendo com a segurança pública, onde não paga as perdas inflacionárias, é muito maldoso”, reclamou Gelada. A prática da “estrita legalidade” foi descrita por ele como uma “paralisação branca”, indicando uma greve indireta.

O deputado Sargento Rodrigues (PL), durante a tramitação do reajuste na CCJ, propôs uma emenda para aumentar os vencimentos dos militares em 10,67%, mas a sugestão foi rejeitada. “Vários sindicatos estão deliberando pela estrita legalidade e a resposta ao governador Romeu Zema. Infelizmente, ele tem mostrado frieza, não dialoga com os servidores”, criticou o parlamentar.