O prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), encontrou-se no centro das críticas de seus adversários políticos na semana passada, destacando a tensão entre suas responsabilidades como gestor da cidade e sua campanha para a reeleição.

Choques políticos após o temporal

Após as fortes chuvas que atingiram a capital mineira na terça-feira (23), Noman foi alvo de ataques simultâneos de seus rivais, incluindo o governador Romeu Zema (Novo). Zema criticou a gestão de Noman, apontando “falta de gestão” e alegando que o prefeito não estava sendo honesto sobre a construção de cinco barragens. Em resposta, Noman recorreu às redes sociais para esclarecer que a parceria era apenas para uma obra e que o financiamento viria da mineradora Vale, responsável pela tragédia de Brumadinho, que matou 272 pessoas.

Estratégia de reeleição

Na tentativa de fortalecer sua campanha para a reeleição, Noman adotou uma abordagem de “Tolerância Zero” para lidar com falhas e irregularidades nos serviços de ônibus da cidade, uma estratégia semelhante à de seu antecessor, Alexandre Kalil (PSD). Além disso, Noman anunciou a formação de uma força-tarefa de procuradores para cobrar judicialmente as dívidas das empresas de transporte. Ele ainda prometeu que, se reeleito, fará a licitação do serviço de transporte em 2026, dois anos antes do término dos contratos existentes.

Reação dos empresários

Surpreendidos com a nova postura do prefeito, os empresários de transporte entraram com um pedido na justiça para parcelar uma dívida de R$ 50 milhões em multas no programa Reativa BH, mas a liminar foi negada.

**Mudança de discurso**

Na tentativa de reeleição, Noman já alterou seu discurso. As pesquisas que ele tem em mãos indicam que ele deveria defender a cidade com mais vigor, como fazia seu antecessor. Na quinta-feira (25), ele fez um discurso firme, declarando que “acabou a farra dos ônibus”. Na articulação política, Noman está buscando atrair o centro-esquerda para sua chapa para enfrentar o centro e a extrema direita.

Outros desafios políticos

Além das tensões eleitorais locais, Noman e outros prefeitos de grandes cidades mineiras estão buscando uma solução consensual para a nova lei que afetou o repasse do ICMS da educação para 130 municípios. Para evitar confrontos e processos judiciais, os municípios estão recorrendo ao Ministério Público de Minas e ao Tribunal de Contas para mediar a negociação.