Presidente da Câmara pede que construção de ciclovia seja interrompida

Gabriel Azevedo, alega que o relevo e o tráfego intenso na região tornam o projeto inviável

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O presidente da Câmara de Vereadores de Belo Horizonte, Gabriel Azevedo (sem partido), enviou ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) um requerimento solicitando a interrupção da construção de uma ciclovia na avenida Afonso Pena, localizada na região Centro-Sul da cidade. De acordo com a avaliação de Azevedo, o terreno e o tráfego pesado na área tornariam o projeto impraticável.

“A obra não beneficiará os ciclistas e ainda prejudicará aqueles que utilizam carros na avenida Afonso Pena, pois haverá a supressão de uma faixa de trânsito para os carros e a criação de pontos de estrangulamento e retenção de tráfego na mão da avenida”, informou Azevedo ao TCE. O documento foi enviado em 17 de janeiro.

BH em Ciclo defende a viabilidade da iniciativa

O grupo BH em Ciclo e entidades associadas à mobilidade urbana se manifestaram sobre o assunto por meio de um documento publicado nas redes sociais. Eles argumentam que a Prefeitura de Belo Horizonte realizou “estudos de tráfego, pesquisas de contagem classificada de veículos, pesquisa de velocidade média e diagnóstico dos acidentes de trânsito e das condições das calçadas e estacionamentos”. Eles também garantem que “avaliações técnicas e operacionais foram elaboradas para cada um dos cruzamentos semaforizados das vias envolvidas e cada ponto de ônibus para embasar as decisões sobre o projeto”.

Preocupação com a segurança

Em entrevista ao jornal O Tempo, a especialista em trânsito Roberta Torres afirma que o segmento é íngreme para a construção de uma ciclovia. Além disso, Roberta defende que todo o investimento em modais que sejam individuais precisa ter o propósito de garantir a segurança do usuário. “Para os ciclistas é mais arriscado, já que a avenida é uma via arterial, e a velocidade máxima é de 60 km/h. É importante que, antes de fazer o investimento, a prefeitura abra o diálogo com os ciclistas, que são de fato os interessados, mas, principalmente, que o projeto vise não apenas à fluidez, mas à segurança dos ciclistas, que no caso são os mais vulneráveis”, explica.

O silêncio da PBH**

Questionada pelo O Tempo sobre o documento enviado pelo vereador Gabriel Azevedo ao TCE, a Prefeitura de Belo Horizonte não se pronunciou. O Executivo municipal também não respondeu a outros questionamentos da reportagem, como a previsão de quantos ciclistas devem passar pela via, a razão da escolha desse trajeto ou quais foram os estudos sobre os impactos do empreendimento.

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