Jean Paul Prates foi demitido da presidência da Petrobras pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Sua gestão durou 474 dias, desde a aprovação pelo Conselho de Administração em 26 de janeiro de 2023, totalizando pouco mais de um ano e três meses. A média de permanência na presidência da estatal é geralmente menor que um ano e meio, e Prates não foi exceção. Ele será substituído por Magda Chambriard, ex-presidente da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) durante o governo de Dilma Rousseff.

Rotatividade na gestão da Petrobras

A história da Petrobras mostra uma alta rotatividade em sua presidência. Nos últimos 37 anos, desde o governo de José Sarney até o fim da gestão de Jair Bolsonaro, 24 pessoas ocuparam o cargo, com uma média de permanência de um ano e seis meses. Apenas Joel Rennó e Sergio Gabrielli ultrapassaram essa média, estando à frente da empresa por períodos significativamente mais longos, durante as administrações de Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso e Lula. Casos extremos incluem José Coutinho Barbora, que permaneceu apenas 16 dias no cargo, e José Mauro Ferreira Coelho, demitido por Jair Bolsonaro 68 dias após sua nomeação.

Comparativamente, a gestão na Petrobras é mais curta que em outras estatais brasileiras. Por exemplo, na Eletrobras, os presidentes mantiveram-se em seus postos por uma média de dois anos e dois meses até sua privatização em 2022. No Banco do Brasil e na Caixa Econômica Federal, as médias foram de um ano e dez meses e um ano e oito meses, respectivamente.

As frequentes mudanças de comando na Petrobras muitas vezes refletem a instabilidade política e econômica do país. A recente demissão de Prates, por exemplo, foi influenciada por disputas políticas internas, especialmente relacionadas à política de gás natural e preços de combustíveis. Esses conflitos têm sido uma constante nas demissões dos presidentes da empresa, como visto nas gestões anteriores durante o governo de Michel Temer e Jair Bolsonaro.