Mauro Tramonte (Republicanos), candidato a prefeito de Belo Horizonte e líder na última pesquisa DATATEMPO, apresentou propostas para mudanças significativas na política habitacional da capital mineira. Durante uma visita ao local do antigo aeroporto Carlos Prates, Tramonte anunciou sua intenção de alterar as estratégias atuais da administração municipal para lidar com a questão da moradia popular.

O candidato descartou o projeto do atual prefeito, Fuad Noman (PSD), de construir 4.500 unidades habitacionais na área do antigo aeroporto. “Já foi provado que não dá para ter moradias aqui. Existe um sério problema de entrada e saída (de veículos e pessoas), trazer mais gente só vai piorar a situação é não vai resolver nada”, justificou.

Apesar de rejeitar o projeto atual, Tramonte enfatizou a necessidade de investir na criação de novas moradias. Ele afirmou que “Belo Horizonte tem muitos lugares” adequados para esse fim, embora não tenha especificado quais seriam esses espaços prioritários.

O candidato indicou seu apoio ao programa de Retrofit, uma iniciativa do governo atual que visa incentivar a mudança no perfil de ocupação de prédios para aumentar o número de edifícios residenciais no centro da cidade.

Tramonte também sinalizou sua intenção de modificar o atual Plano Diretor de Belo Horizonte. Em seu plano de governo, ele atribui o aumento nos preços de imóveis e aluguéis às burocracias existentes no Plano Diretor.

“Nos últimos anos, a produção de unidades habitacionais para famílias de baixa renda ficou prejudicada em razão da falta de uma política adequada. O resultado disso foi o aumento no valor do metro quadrado tanto para venda de imóveis quanto para aluguel”, afirmou.

O candidato criticou especificamente a outorga onerosa, uma taxa aplicada a grandes construções na região central e em outros pontos específicos da cidade. Tramonte argumenta que essa medida tem reduzido investimentos e encarecido o preço dos imóveis.

“Isso tem reduzido os investimentos e encarecido ainda mais o preço dos imóveis. A regulamentação desses instrumentos de geração de metros quadrados, como a outorga onerosa e a transferência do potencial construtivo (TDC), precisa ser atualizada”, afirmou o candidato.

Tramonte revelou que, se eleito, a responsabilidade por elaborar alternativas e mudanças no Plano Diretor ficará a cargo de sua candidata à vice-prefeita, Luísa Barreto. “Ela está encarregada de estudar, elaborar e apresentar algum diferencial para melhorar o Plano Diretor, porque ele pode ser mudado lá em 2027. Então, assumiu em 2025, já começa a trabalhar no Plano Diretor”, garantiu.