Partidos consideram unir forças para enfrentar Hugo Motta na disputa pela presidência da Câmara, após ele receber apoio do governo e da oposição
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Partidos consideram unir forças para enfrentar Hugo Motta na disputa pela presidência da Câmara, após ele receber apoio do governo e da oposição
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A disputa pela presidência da Câmara dos Deputados ganha novos contornos com a possibilidade de uma aliança entre União Brasil e PSD. Os partidos estão avaliando um pacto para enfrentar o candidato do Republicanos, Hugo Motta (PB), que emergiu como favorito após receber sinalizações positivas do governo, da oposição e do atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Elmar Nascimento (BA), líder do União Brasil na Câmara e candidato à presidência, reuniu-se com Gilberto Kassab, presidente do PSD, e conversou por telefone com Antônio Brito (BA), líder do PSD e também candidato ao cargo.
Nas discussões, ficou acordado que ambos os partidos manterão suas candidaturas por enquanto, considerando que ainda faltam cinco meses para a eleição. No entanto, a estratégia principal seria unir forças contra Hugo Motta, com a possibilidade de Brito ou Elmar desistirem em favor do candidato mais viável entre os dois.
Membros do PSD e do União Brasil reconhecem Motta como favorito inicial, mas acreditam que ainda há espaço para outros candidatos serem competitivos. Apesar do aparente apoio a Motta, que se estende do PT ao PL, tanto Brito quanto Elmar buscaram contato com integrantes desses partidos.
Um aliado de Kassab justifica a potencial aliança entre PSD e União Brasil, lembrando a proximidade das legendas no Senado, onde o presidente Rodrigo Pacheco (PSD-MG) tem como principal aliado Davi Alcolumbre (União-AP), favorito para liderar o Senado no próximo ano.
O PSD também busca o apoio do MDB contra Hugo Motta, embora membros do MDB já tenham sinalizado apoio ao Republicanos, ressaltando que Motta iniciou sua carreira política no partido.
Por outro lado, uma facção do PP, liderada pelo senador Ciro Nogueira (PI), um dos articuladores a favor de Motta, avalia que União Brasil e PSD poderão ficar isolados e eventualmente terão que compor com o líder do Republicanos.
Hugo Motta, novidade na disputa, foi lançado por Marcos Pereira, presidente do Republicanos, que desistiu de sua própria candidatura devido à falta de apoio do PSD. Pereira temia o endosso do PSD a Elmar, antes visto como favorito para obter o apoio de Lira.
Para contrapor o favoritismo de Elmar, Pereira buscou apoio do governo e lançou Motta, considerado menos agressivo ao Palácio do Planalto, mas que mantém diálogo com o bolsonarismo e é próximo de Lira.