Vereadores da região metropolitana de Belo Horizonte formalizou uma solicitação à Secretaria de Estado de Infraestrutura de Mobilidade (Seinfra), pedindo uma diminuição no custo das passagens de ônibus metropolitano. Mesmo o ajuste tarifário sendo uma incumbência estadual, os vereadores municipais afirmam ter a obrigação de “se mobilizar e pressionar o Governo”.

O valor da tarifa de ônibus metropolitano foi alvo de uma batalha judicial no mês passado. Tudo começou quando o Governo Estadual anunciou um acréscimo de 7,15% no valor final de dezembro, passando de R$ 7,20 para R$ 7,70. A alta foi temporariamente suspensa pela Justiça no dia 2 de janeiro, porém o governo recorreu e o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) determinou que o aumento poderia ser aplicado a partir do dia 8 de janeiro, marcando um ano desde o último reajuste.

“Estamos lado a lado com a população, que é a mais prejudicada com esse novo aumento no valor das passagens de ônibus metropolitano. Muitos funcionários pagam do próprio bolso pelo deslocamento e esse custo adicional pesa no orçamento deles. As empresas que custeiam as passagens dos empregados, podem começar a priorizar a contratação de trabalhadores que não acarretem grandes custos para a empresa. Isso impacta negativamente no nível de emprego”, defende a vereadora Juliana Sales, de Nova Lima.

Sales é a idealizadora do grupo Legisla Ativo, que congrega vereadores de vários municípios com a finalidade de “divulgar boas práticas legislativas e de fiscalização no âmbito municipal”. O coletivo conta com 89 vereadores, de 17 partidos diferentes e mais de 40 cidades. O documento enviado ao Governo Estadual, requisitando a redução no preço das tarifas metropolitanas, foi respaldado por 29 vereadores.

“Ainda que o transporte metropolitano esteja sob a tutela do Governo de Minas, os impactos negativos repercutem no cidadão que depende desses ônibus. Como vereadores, não podemos nos omitir diante dessa situação. Estamos fazendo o que está ao nosso alcance: nos unindo, mobilizando e exigindo do Governo que revogue esse aumento, alegando que esse custo adicional vai prejudicar os cidadãos e ter um impacto negativo na economia local. São mais vozes se juntando a esse coro, são mais representantes dos mineiros assinando o documento e pressionando o Governo de Minas a revogar esse aumento. Além disso, esse aumento das passagens é incompatível com a péssima qualidade dos serviços de transporte público. O que observamos são ônibus antigos, mal conservados, quebrando nas estradas e poucos veículos circulando, de modo que as pessoas passam muito tempo esperando seu ônibus”, argumenta a vereadora.