O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), defende a inclusão do projeto Trilhas do Futuro no plano federal de redução de dívidas dos estados. O projeto, que oferece ensino profissionalizante a estudantes mineiros, poderia ser considerado na proposta do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que visa diminuir as dívidas dos Estados que investem mais no ensino técnico.

Projeto Trilhas do Futuro

“Em Minas Gerais, já realizamos esse trabalho. O Trilhas do Futuro tem mais de 140 mil alunos em cursos e ainda recebem auxílio alimentação e transporte. Esperamos que esse esforço, que já fizemos, seja considerado na redução da taxa de juros”, disse o governador após terminar as reuniões com os ministros do governo Lula em Brasília.

Zema passou dois dias em reuniões na capital federal. Chegou em Brasília na terça-feira (26), para participar da reunião em que o ministro Fernando Haddad apresentou sua contraproposta ao projeto do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para renegociar as dívidas de Minas Gerais e dos estados com a União.

A proposta de Haddad é uma alternativa ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) para que os estados possam renegociar suas dívidas. A ideia é vincular a redução do juros real, acima da inflação, atualmente de 4%, à ampliação de matrículas no ensino médio técnico e possibilitar a amortização de até 20% do estoque da dívida. O programa, chamado Juros por Educação, prevê a adoção dos estados em três níveis diferentes de juros, variando de 2% a 3%.

O governo de Minas busca garantir que o ensino médio profissionalizante, oferecido através do Trilhas e não vinculado ao Ensino Médio, seja considerado para o cálculo da redução de juros. Também defende que o investimento já feito no programa, que chega à casa dos R$ 1,5 bilhão, seja incluído.

Reunião sobre o Cerrado

Na quarta-feira (27), o governador Romeu Zema participou de outra reunião com ministros do governo federal, desta vez para discutir a redução do desmatamento no cerrado. Além de Zema, os governadores do Maranhão, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Tocantins estiveram presentes.

A reunião foi coordenada pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, ao lado da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva. Também participaram da agenda os ministros da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro; do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, e da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos.

A equipe ministerial buscou demonstrar que o crescimento do comércio internacional de produtos agropecuários brasileiros está vinculado à preservação do meio ambiente. “O presidente Lula fez intensas agendas internacionais, que culminaram na abertura de 100 novos mercados para a nossa agropecuária, e trouxe a preocupação e a exigência mundial da questão da sustentabilidade”, disse Rui Costa.

Nesse sentido, Costa convidou cada governador para participar da força-tarefa de combate ao desmatamento ilegal no Cerrado. “Vamos unificar nossos sistemas, integrar nossas bases de dados para que nossos produtores tenham segurança e o apoio necessário para acessar novos mercados e novos investidores”, assinalou Costa.

A ministra Marina Silva afirmou que o país trabalhará para aumentar a produção por meio de ganho de produtividade. “O mundo está colocando a questão da sustentabilidade, da preservação da biodiversidade como parte de sua agenda estratégica e, nesse sentido, vamos trabalhar para que esses pré-requisitos sejam cumpridos”, afirmou, destacando os desafios climáticos que estão por vir.