Às vésperas do encerramento do “Abril Vermelho”, os governadores de Goiás, Ronaldo Caiado, e de Minas Gerais, Romeu Zema, manifestaram críticas severas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Os políticos, que falaram durante a abertura da feira Expozebu em Uberaba, cobraram postura mais firme do governo federal diante das recentes ocupações de terras promovidas pelo movimento. No início de abril, o MST já havia ocupado pelo menos 32 lotes em diversos estados.

Política tolerância zero

Durante seu pronunciamento, Caiado destacou a ausência de invasões recentes em Goiás, enfatizando uma política de “bandeira verde e amarela” e uma tolerância zero para invasões em seu estado. “Nos 12 meses em Goiás são verde e amarelo. Não se teve uma invasão e não haverá enquanto eu estiver à frente do governo”, declarou o governador. Ele também mencionou que aprovou uma medida na Assembleia Legislativa para “retirada de todos”, afirmando que Goiás não é lugar de tumulto e intranquilidade para os trabalhadores rurais.

Por sua vez, Romeu Zema, governador de Minas Gerais, reiterou uma política de tolerância zero para invasões. “O secretário tem a missão de comunicar nossa Polícia Militar imediatamente qualquer invasão”, afirmou Zema, sublinhando a importância da paz para os produtores rurais. Ambos os governadores expressaram um forte desejo de proteger os interesses do agronegócio e garantir a segurança no campo.

Pressão ao governo federal

Enquanto isso, o MST continua pressionando o governo federal por maior agilidade na reforma agrária. As invasões, que ocorreram em 15 estados, fazem parte do “Abril Vermelho”, uma ação anual que comemora a memória do massacre de Eldorado dos Carajás, onde 19 sem-terras foram assassinados em 1996.